terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Instituto Mauá fortalece o artesanato baiano

Mostra de artesanato, lançamento de catálogo, cursos de capacitação, rodada de negócios e realização do primeiro Encontro Baiano de Artesanato foram algumas das muitas ações desenvolvidas pelo Instituto de Artesanato Visconde de Mauá em 2008. Responsável pela promoção, comercialização e fomento do artesanato da Bahia, o Mauá exerce um papel de destaque na preservação da cultura baiana e na geração de renda para centenas de família.

O 1º Encontro Baiano de Artesanato aconteceu entre os dias 26 e 28 de novembro, em Salvador, reunindo artesãos dos 26 territórios de identidade, além de autoridades locais e internacionais. O objetivo foi discutir e elaborar o documento Linhas de Ação e Diretrizes para a Política de Articulação Territorial do Artesanato da Bahia, que servirá de base para toda ação do governo na construção de políticas públicas para o artesanato baiano.

O documento orienta, por exemplo, que seja criado um edital específico para o apoio ao artesanato, alocando recursos aos 26 territórios de identidade. Também defende a construção da Casa do Artesão, a oferta de subsídios para a compra de equipamentos e matérias-primas, e que os técnicos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) sejam capacitados sobre as especificidades do artesanato, com o objetivo de facilitar o atendimento.

A valorização da cultura local e a garantia de geração de renda e trabalho para as centenas de pessoas que vivem da produção do artesanato na Bahia foram os tópicos mais destacados durante os três dias do evento, realizado em parceria com o Núcleo de Culturas Populares, da Secretaria de Cultura (Secult).

Mostra dos territórios de identidade

Depois de um jejum de 40 anos, o Mauá retomou em 2008 a Mostra de Artesanato dos Territórios de Identidade da Bahia. Em dois dias de exposição, o público pode conhecer um pouco mais a beleza e a riqueza da arte tradicional e contemporânea do estado.

Em paralelo à abertura da mostra, foi lançado o catálogo Artesanatos da Bahia, reunindo em uma mesma publicação referências históricas e culturais do artesanato baiano, assegurando o direito à memória e à preservação das produções locais.

O apoio às associações indígenas e quilombolas nos municípios de Simões Filho, Rodelas e Banzaê, por meio de incubadoras, totalizando um investimento de R$ 700 mil, oferecendo-lhes apoio jurídico, logístico, qualificação, dentre outros benefícios, também integra o cronograma das ações de preservação e fomento promovidas pelo Mauá.

Incremento da comercialização dos produtos

Viabilizar a venda dos produtos dos artesãos baianos é também ação do Instituto Mauá. Por meio de suas lojas na capital baiana (Pelourinho e Barra) e das feiras que participa em outras cidades, o Mauá comercializa peças de artesanato das mais diferentes tipologias e regiões do estado. Essa ação, estratégica para facilitar o escoamento da produção, resultou na comercialização de 20.525 peças artesanais de janeiro a outubro de 2008.

O instituto também promove feiras próprias, como a já tradicional Feira Baiana de Artesanato, que acontece quinzenalmente, aos sábados e domingos, no Jardim dos Namorados, desde a primeira semana de setembro.

Em apenas dois meses de funcionamento, a feira, realizada em parceria com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Sebrae e Banco do Nordeste, beneficiou mais de mil artesãos, gerando uma receita de R$ 206 mil em venda direta. A última edição dessa temporada acontece em 29 de março deste ano.

A fim de fortalecer a produção artesanal e preservar a cultura local, o Mauá realiza a compra diretamente nas comunidades. Para comercializar por meio do instituto, é necessário possuir um cadastro prévio, além da obtenção da ‘carteira do artesão’, que garante acesso a outros mercados. Hoje, são seis mil cadastrados, que, dentre outras vantagens, recebem benefícios como isenção de impostos nas operações de comercialização.

Visando aproximar os núcleos produtivos de artesanato das grandes redes de loja, o instituto organizou em julho, em parceria com o Sebrae, uma rodada de negócios. O encontro reuniu representantes de 15 empresas nacionais, além de uma estrangeira, que adquiriram peças produzidas nos municípios de Barra, Costa dos Coqueiros, Maragogipinho, Nova Soure, Santa Brígida, Litoral Norte, Rio de Contas, Santa Rita de Cássia, Salvador, Saubara e Valente.

Os negócios geraram uma receita de R$ 56 mil, beneficiando os mais de dois mil artesãos que comercializaram a sua produção diretamente com os empresários.

Parcerias sociais

Consciente de que a produção artesanal é um estímulo ao talento e à criatividade e um caminho para a inclusão social, o Mauá celebrou convênios com instituições governamentais.

Juntamente com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), o instituto desenvolve o projeto Criamundo, que oferece oficinas de cestaria e trançado para usuários do Hospital Juliano Moreira. O projeto foi apontado como um importante trabalho terapêutico e viabilizou a geração de renda e a inserção social dos participantes por meio da comercialização dos seus produtos.

A parceria com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) rendeu oficinas de capacitação em casas de detenção. Entre os meses de novembro de 2007 e outubro de 2008, 40 internas da Penitenciária Lemos Brito foram capacitadas em oficinas de tecelagem e cestaria. As oficinas voltaram a acontecer também de outubro a dezembro. Na Colônia Penal de Simões Filho, o número de beneficiados que participaram das oficinas de artesanato chegou a 150 internos.

Oficinas de tecelagem e cerâmica contemplaram cerca de 80 adolescentes e jovens aprendizes, que lotaram o Centro Educacional Santo Antônio (Cesa), instituição ligada às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), durante os meses de março e dezembro de 2008. A ação integra o Programa de Atendimento e Inclusão Social.

Para fortalecer e promover a produção artesanal, o Mauá não descuida da qualificação dos artesãos. Em 2008, foram quase dois mil beneficiados com cursos de reciclagem de conhecimentos em oficinas de design, formação de preços, técnicas e métodos de produção, gestão, associativismo e comercialização.

As oficinas são abertas aos profissionais de todas as tipologias de artesanato e integram as ações em torno do fortalecimento do processo de organização do segmento, apoiando núcleos e comunidades para qualificação de mão-de-obra e acesso ao mercado.

Participação em eventos nacionais e internacionais

Em 2008, o Mauá participou de cinco eventos de abrangência nacional e internacional, permitindo aos artesãos a ampla divulgação dos seus trabalhos e o contato direto com comerciantes e o público em geral. Um dos destaques foi a Feira Internacional de Cultura e Artesanato (Feincartes), em junho, em Salvador. No mesmo mês, participou do 3ª Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, realizado em São Paulo.

Em julho, no estado de Pernambuco, o Mauá levou o artesanato baiano para ser exposto na tradicional Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Feneart), considerada o maior evento de artesanato do Brasil.

O instituto marcou presença ainda na 2ª Mostra de Artesanato Regional – Nordeste Criativo, que aconteceu no Maranhão, entre 8 e 14 de setembro. Ainda em setembro, em Brasília, o artesanato baiano foi divulgado e comercializado durante o I Salão Internacional do Artesanato.

Fonte: AGECOM

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