terça-feira, 13 de julho de 2010

Ongs atuam como parceiras de escolas no interior da BA

Do Ministério da Cultura
Reprodução do Jornal A Tarde

SALVATORE CARROZZO

A história afro na Bahia vai além de Salvador (a nossa “Roma Negra”) e do Recôncavo baiano com passado canavial escravista. “As pessoas pouco sabem, mas temos comunidades Quilombolas já reconhecidas aqui na Chapada Diamantina”, afirma Líllian Pacheco, fundadora da Ong Grãos de Luz.

Foi pensando no distanciamento entre ancestralidade e os baianos que a educadora começou a desenvolver trabalhos com crianças nas escolas de Lençóis, em 1998.Hoje, a rede tem parcerias com o Ministério da Cultura e está presente em 20 municípios baianos.

O projeto conta ainda com a capacitação de professorese participação dos “griôs”, pessoas mais velhas da comunidade e que se encarregam de transmitir os ensinamentos e histórias orais.

Dificuldades Segundo Líllian, uma grande barreira vencida foiopreconceito dos próprios docentes da rede pública. “Muitos tinham dificuldade para lidar com a questão afro”, diz.

Problema similar foi detectado por Ana Rosa Mello, da Ong Oásis. Desde 2006, a organização desenvolve capacitação de multiplicadores e atividades lúdicas com crianças, tendo sempre o resgate das tradições afro e indígenas da região de Rio de Contas, onde está localizada.

“Muitos professores daqui são afrodescendentes,mastinham uma visão segundo a qual não podiam trabalhar certas questões em sala”, observa Ana Rosa. O projeto coordenado pela ong de Lençóis driblou esses e outros entraves, sempre buscando inserir a história do negro de forma positiva, como o resgate de figuras heroicas nas lutas de resistência em séculos passados.

“Não é só uma questão de elevar a autoestima desses jovens.

Tudo issotema vercom o lugar que essa criança vai ocupar na economia e política no futuro”, acredita.

O estudante Ricardo Oliveira, 14 anos, por exemplo, faz relatos sobre como o povo enfrentou uma grande seca em 1829 e também sobre o Jarê, manifestação religiosa com traços do candomblé. “Hoje, acho que tenho mais orgulho de ser negro”, conta.

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