Os 24 municípios que fazem parte do Território de Identidade Chapada Diamantina enviaram representantes para a consulta pública do Plano Plurianual Participativo (PPA 2012-2015) que foi realizada neste sábado (14), no auditório da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Seabra, a 471 quilômetros de Salvador.
“A presença de pessoas que vieram de outros municípios do território para a plenária em Seabra, demonstra a importância que o povo da Chapada Diamantina dá para o processo de construção do estado democrático”, afirmou o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler .
Depois da plenária de abertura, os grupos definiram as metas em diversas áreas, entre elas, saúde, educação, meio ambiente, turismo, cultura, infraesturura e segurança pública. Após participarem das discussões em grupos temáticos, os representantes de cada cidade se reuniram na plenária final onde foram apresentadas as metas que devem compor o PPA 2012-2015. “Participar desse planejamento do Estado é um exercício da democracia e da cidadania”, disse a funcionária pública municipal, Iramaia Sousa Petronílio.
Participação Popular
A líder quilombola, Maria Carmelita dos Santos, da Associação Comunitária Lagoa do Baixão, afirmou que alguns serviços já existem na localidade, porém, precisam ser ampliados. “Estamos precisando da escola do segundo grau, completar a energia e a água que vai numa parte da comunidade e na outra não vai”.
O representante do Conselho de Acompanhamento do PPA 2008-2011, João Alberto de Souza, destaca a participação contínua da sociedade nas ações do poder público. “A sociedade precisa dar suas ideias. Propor apenas não adianta. É necessário monitorar, acompanhar, fazer avaliações constantes. Através da participação popular, podemos saber se uma determinada ação do estado está sendo, ou não, bem executada”.
Gestão dos recursos hídricos
O Território da Chapada Diamantina é conhecido pela abundância em recursos naturais. Nesse sentido, o grupo que discutiu sobre as necessidades em prol do meio ambiente, pontuou ações importantes para o desenvolvimento sustentável. “É importante que se trabalhe o planejamento de gestão dos recursos hídricos. O governo tem feito a sua parte na questão do plano de bacias hidrográficas. Aqui, já estamos trabalhando na elaboração do plano de bacia do Paraguaçu”, disse João Alberto de Souza.
Na opinião do secretário Eugênio Spengler, “são elementos que, através do planejamento participativo, devem estar presentes e ser orientadores no processo de planejamento das ações do Estado”.
Além de Seabra, o Território de Identidade Chapada Diamantina é formado pelas seguintes cidades: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iraquara, Itaeté, Jussiapê, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Souto Soares, Utinga, Wagner e Iramaia.
Como fortalecimento das atividades turísticas na região, o representante do núcleo que discutiu sobre logística, Evaristo Carneiro, do município de Abaíra, defendeu a ampliação do número de voos para o município de Lençóis.
Restauração da malha viária
Entre as principais demandas que foram atendidas após a realização do PPA 2008-2011, o biólogo e representante do Grupo de Trabalho Territorial (GTT), Jorge Paulo de Miranda, citou a reestruturação e readequação da malha viária da região. “Temos notado muitos avanços no que diz respeito a política de desenvolvimento territorial”.
Entre os investimentos, consta a restauração de trechos na BA-148 e BA-432, perfazendo um total de 140 quilômetros que ligam a localidade de Carne Seca, na Chapada Diamantina até o município de Irecê.
Além de favorecer o escoamento da produção regional de feijão, milho, cenoura, café e gado, a obra garantiu melhores condições de tráfego para os cerca de 1.600 veículos que circulam diariamente pelas rodovias. A intervenção, orçada em R$ 40 milhões, beneficiou 240 mil pessoas dos municípios de Irecê, Lapão, Canarana, América Dourada, Mulungu do Morro, Cafarnaun, Iraquara, Souto Soares, Seabra e Palmeiras.
O microempresário, Lindomar Moreira Santana, confirma que o fator econômico transformou-se com a recuperação das vias. “O carro quebrava muito e tínhamos prejuízo sempre. Agora, graças a Deus, melhorou bastante. Está aí a estrada 100% pronta. Na questão de gastos de combustível, tive uma economia de 50%. Para a Chapada foi excelente”.