segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Potencial de Rio de Contas II

Por Ricardo Stumpf

Continuando com as propostas para o desenvolvimento sustentável de Rio de Contas, nosso município tão bonito e ainda preservado, creio que poderíamos nos tornar um pólo produtor de produtos orgânicos, já que nossa agricultura ainda tem a sorte de se basear em pequenas propriedades, facilmente organizáveis em torno de Associações (que já existem), embora o grande capital já esteja começando a chegar.

O clima temperado e de altitude favorecem a produção de quase tudo em termos de fruticultura, desde a manga, a laranja, passando pela maçã, a uva e inclusive a azeitona (que já está sendo plantada por um grupo francês). Além disso temos a cana de açúcar e a produção artesanal de cachaça no baixio, que no entanto precisa de irrigação, pois apesar de Rio de Contas fornecer água pra Livramento e Dom Basílio, sua parte baixa não é irrigada.

Para isso precisaríamos contar com uma Secretaria de Agricultura que realmente se preocupasse em apoiar o pequeno produtor, prestando assistência técnica e levando suas reivindicações às instâncias mais altas de governo, mas os técnicos do governo atual só vivem em reuniões destinadas a elaborar "projetos" para agariar fundos que só beneficiam um pequeno grupo.

Assistência técnica de verdade significa colocar um agrônomo para cada 100 pequenas propriedades, fazendo um giro mensal de visitações, ininterrupto, capaz de orientar e tirar dúvidas de agricultores que seguem às cegas, tentando produzir, mas mantendo uma produtividade baixíssima.

Como não podemos contar com o atual governo, poderíamos criar um grupo para entrar em contato com a Secretaria Estadual de Agricultura e elaborar um projeto que abrangesse as associações (tanto as associações de pequenos produtores quanto as de moradores dos povoados), de forma que os agricultores do município tivessem um rumo coletivo, sabendo o que plantar, como plantar, onde e para quem vender, como produzir sem a utilização de venenos e, quem sabe, criando uma espécie de selo verde, atestando a produção orgânica para todo o município.

Da mesma forma que propus a formação de um grupo de pessoas influentes e lideranças da cidade para negociar a questão do curso superior junto a Uesb, esse mesmo grupo poderia fazer a gestão junto ao governo Wagner, já se constituindo na verdade numa espécie de governo paralelo, para obter os benefícios que o município precisa na área da agricultura, inclusive no sentido de conseguir a implantação da Escola Família Agrícola, cujo projeto se encontra em mãos da vereadora Magdalena Mafra, o que beneficiaria toda a região, incluindo os municípios vizinhos.

É uma boa forma de lutar pelo progresso de Rio de Contas, sem se desgastar mais com brigas e denúncias, enquanto aguardamos o triste fim do governo atual.


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