segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Cartas de alforria: "para não ter o desgosto de ficar em cativeiro"

Foto: Mulher batendo arroz - Bananal - Rio de Contas - 1984 - Acervo Iconográfico do IPHAN

Conheça o trabalho - Cartas de alforria: "para não ter o desgosto de ficar em cativeiro" de autoria da professora Maria de Fátima Novaes Piresda USP.

O trabalho está publicado na Revista Brasileira de História, cuja a íntegra da publicação pode ser encontrada na clicando aqui. Confira o resumo e alguns trechos do artigo.

RESUMO

Este artigo trata de alforrias no alto sertão da Bahia, tendo por referência cartas de liberdade, inventários e processos criminais das Comarcas de Rio de Contas e Caetité, antigas vilas e cidades da região. Estabelece quadros comparativos com algumas regiões do Brasil e apresenta os tipos de cartas encaminhadas para a Justiça, durante o século XIX.

Palavras-chave: Escravos; Alforria; Liberdade.

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Os livros de notas do tabelionato de Rio de Contas registraram alforrias de 305 escravos, entre 1870 e 1879, e de 102 escravos, entre 1880 e 1888, totalizando 407 alforrias. Comparados esses dados com as escrituras públicas de compra e venda de escravos, temos a seguinte situação: entre 1870 e 1879, 305 escravos libertados e o montante de 224 vendidos. Já os inventários indicam, na década de 1870, um total de 933 escravos, e desse montante as cartas de alforria representam cerca 32,7 por cento. No período seguinte (1880-1888), registrou-se o montante de 102 escravos 'beneficiados' com alforrias e quarenta escravos transferidos mediante vendas. Os inventários, na década de 1880, registraram um total de 471 escravos, e desse montante as cartas de alforria representam cerca 21,7 por cento. Desses números se depreende um percentual elevado de alforrias na região, que superou, em ambos os períodos, as vendas de escravos em Rio de Contas, confirmando as constantes negociações de escravos com os seus senhores. Uma luta cotidiana, acossada pela presença de traficantes de escravos na região.

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A partir de 1875 também se observa, nos livros de notas do tabelionato de Rio de Contas, um registro mais amplo de alforrias coletivas.

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Fonte: Revista Brasileira de História


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