O feriado é celebrado em todo o Brasil mas, em Rio de Contas este dia é repleto de significado e comemorações
O dia de Corpus Christi é comemorado com muita fé e dedicação em Rio de Contas, cidade que se tornou Patrimônio Nacional. Na festa, a população, com suas manifestações expressivas, faz homenagem ao padroeiro da cidade o Santíssimo Sacramento.
A cidade se transforma, a festa se reveste de características próprias e incorporou-se à vida social dos moradores. Populares e grande número de turistas se deslumbram com um dos eventos mais importantes da cidade, que proporciona um espetáculo maravilhoso de arte e religiosidade. Diversas atividades fazem parte da tradição: novenas, apresentações de banda filarmônica e corais, passeata, leilão, procissão, missa solene, chuva de papel picado e queima de fogos de artifícios. As fachadas das residências, prédios públicos e comerciais ganham um colorido todo especial. As ruas são decoradas com tapetes que formam figuras representativas da simbologia da festa, confeccionados com palhas de arroz, serragem, casca de ovo, areia colorida e cal.
Corpus Christi é uma festa que comemora a presença do corpo de Cristo no sacramento da eucaristia, pela transformação do pão e do vinho em corpo e sangue. As comemorações remontam ao século XII, quando o Papa Urbano IV a instituiu para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Em Rio de Contas, a festa de Corpus Christi configura-se como a manifestação de uma cultura que perdura no tempo. É ao mesmo tempo passado e presente, e assim, ela deve ser interpretada e apreendida.
Rio de Contas está situada na Chapada Diamantina e sua sede à margem esquerda do rio Brumado. A colonização da região teve início no final do século XVII, quando escravos foragidos se instalaram na margem esquerda do Rio de Contas Pequeno, atual cidade de Brumado que, em pouco tempo, tornou-se ponto de pouso para viajantes que das Minas se dirigiam para Salvador.
A descoberta de minas na região favoreceu a ocupação deste trecho da chapada quando, em 1745, dá-se a transferência de uma antiga vila - a de N. Sra. do Livramento de Minas do Rio de Contas - para o novo sítio, denominada Vila Nova de N. Sra. do Livramento e Minas do Rio de Contas. A Vila é elevada à cidade em 1885.
É uma das raras "cidades novas" coloniais, criada por Provisão Real, que apresenta praças e ruas amplas, igrejas barrocas e arquitetura civil sem paralelo em todo o Sertão Baiano. Este acervo é constituído basicamente por edifícios da segunda metade do século XVIII e início do XIX, de relevantes características arquitetônicas, que conservam o mesmo padrão adotado no litoral do estado, sendo os monumentos religiosos e públicos em pedra e o casario em adobe.
O prestígio e a opulência da cidade estão retratados nas edificações públicas, nos casarões e igrejas, objetos de tombamento pelo IPHAN. Em 1958, duas dessas edificações do período colonial, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e a Igreja de Sant’Ana, foram tombadas isoladamente. O antigo Paço Municipal, um ano depois, foi incluído no Livro de Tombo. Somente em 1980, Rio de Contas tornou-se Patrimônio Nacional tendo o seu valor histórico-arquitetônico reconhecido.
Fotos: Manu Dias e Sayonara Pinto
Fonte: Ascom – IPHAN - BA
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