Depois de um período de euforia com a apresentação do projeto de uma universidade federal para a Chapada Diamantina, e um breve esquecimento da proposta, a população da região volta-se a animar. O governador Jaques Wagner declarou que pretende garantir até o fim do mandato a instalação da UFCD. O projeto parece não ter empolgado a pequena e fraca classe política da Chapada. O deputado Waldenor Pereira além de não colaborar no projeto, chegou a declarar que a federal nunca sairia do papel, uma vez que projetos de criação de universidades federais de acordo com a Constituição é atribuição exclusiva do executivo. Mas um legislativo engajado, sobretudo quando seu partido está alinhado com o executivo, pode garantir o êxito nesses projetos. Todos sabem que o deputado Waldenor luta para emancipar o campus da UFBA em sua terra, Vitória da Conquista, transformando-0 em Federal do Sudoeste e toma para si a paternidade do projeto. Lá pode, aqui não?
Mais curioso ainda, é que após a declaração nada política ao Blog do Anderson, foi detectar que o blog "sumiu" com a declaração do deputado. Porém o Notícias de Rio de Contas já havia reproduzido a matéria.
Releia as declarações do deputado:
O que a população espera é mais educação pra todos. Que se crie universidades por todos os cantos do Estado. Na Chapada e no Sudoeste.
Confira abaixo reprodução da reportagem de Victor Longo para o Jornal Correio* em que o governador fala da criação da Federal da Chapada Diamantina.
Agenda Bahia: Governador lista investimentos e desafios nas regiões do estado
O grande desafio, segundo o governador, é reduzir a saturação da capital e Região Metropolitana para que a Bahia se desenvolva como um todo.
Victor Longo/Jornal Correio*
Na abertura do seminário Novos Centros, o governador da Bahia, Jaques Wagner, destacou as ações do seu governo para o interior do estado. O grande desafio, segundo o governador, é reduzir a saturação da capital e Região Metropolitana para que a Bahia se desenvolva como um todo.
No que diz respeito à infraestrutura e à logística para o escoamento da produção no interior, Wagner mencionou os esforços para concluir as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga o Sul baiano ao Centro- Oeste brasileiro, e o Porto Sul, próximo de Ilhéus e que será responsável por escoar parte da produção mineral do Sudoeste do estado.
Governador anunciou que pretende, até o fim do governo, abrir mais uma universidade na Bahia, dessa vez na Chapada Diamantina
O governador lamentou o fato de as obras não poderem andar mais rápido devido a ação incisiva dos órgãos reguladores do meio ambiente. “Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio entre a pressa que o país tem de crescer e a bem-vinda preocupação ambiental”, projetou. “É claro que a preocupação ambiental é, sim, importante, mas muitos ambientalistas precisam superar a lógica autoritária com que têm visto esta questão”, sugeriu.
O governador defendeu que o sistema de controle das obras seja revisado, sendo mais flexível. “Não podemos ficar na política da desconfiança, onde todo mundo que quer fazer alguma coisa, necessariamente, está querendo colocar algum no bolso. Acaba paralisando tudo”, sugeriu. Ele disse já ter conversado com membros do Tribunal de Contas sobre o fato de o sistema de controle ser, ao mesmo tempo, rígido, mas ineficaz.
De acordo com o governador, além do Porto Sul e da Fiol, entre as obras previstas para melhorar a integração econômica do interior do estado estão outras duas ferrovias – a Transnordestina e a Norte-Sul, que fará a ligação com o Sudeste, até Minas Gerais. E ainda as duplicações de rodovias que cortam o estado como a BR-101 e a BR-116. “Sem contar com a Via Expressa, que acabamos de inaugurar, e a Ponte Salvador-Itaparica”, enumerou. Wagner lembrou que a maior parte dos empregos gerados em seu governo (65%) está no interior.
Educação
No seminário, Wagner também anunciou que pretende garantir, até o fim do seu mandato, no ano que vem, a instalação de uma universidade na Chapada Diamantina, a Universidade Federal Chapada Diamantina (UFCD). O governador afirmou que, caso uma nova universidade seja viabilizada, terá como prováveis sedes Lençóis e Seabra. Além desses dois municípios, outros três campi estão previstos em um projeto que tramita na Câmara dos Deputados: Ipirá, Rio de Contas e Morro do Chapéu.
Semiárido
O governador também comentou sobre outro tema que será debatido, no dia 3 de dezembro, no Fórum Agenda Bahia: Semiárido Produtivo. Jaques Wagner lembrou que um dos principais desafios para o desenvolvimento regional baiano é a superação de problemas climáticos do semiárido. “Não podemos esquecer que temos 60% do nosso território nessa
região”, disse. O governador citou o exemplo dado pelo presidente da Fieb, José Mascarenhas, de uma região que apostou no desenvolvimento de tecnologias para conviver com seu semiárido. “Se Israel conseguiu, não é possível que a gente não consiga”, disse.
Feira de Santana: aeroporto para cargas de todo o Nordeste
Sobre os investimentos em infraestrutura no interior do estado, o governador Jaques Wagner também mencionou a transformação do aeroporto de Feira de Santana, no Centro Norte do estado. A ideia é que o aeroporto tenha duas ‘especialidades’: uma, de ser um centro de conexões de voos que operam regionalmente - hub regional, conforme termos técnicos da aviação - e a outra de ser um centro receptor de cargas internacionais.
“Estamos preparando um aeroporto para Feira de Santana e o nosso objetivo é que também seja um hub regional aqui para a Bahia e para o Nordeste”, afirmou. “As cargas que vêm de fora passam por cima do Nordeste, vão até São Paulo e Rio e depois voltam de caminhão pra cá. O aeroporto de cargas seria um receptor de cargas para distribuição no Nordeste. Haveria ganho em logística”, acredita.
Antes de ser fechado para reforma, o terminal de aviação de Feira já havia sido interditado várias vezes. O aeroporto do município, denominado João Durval Carneiro, tem infraestrutura precária e hoje está em obras de ampliação. Antes, era mais focado em voos particulares e de porte menor, recebendo aviões maiores somente no período do dia. A pista não possui sinalização nem iluminação noturna e os pousos tinham que ser feitos “a olho nu”.
O aeroporto também não possui torre de controle nem infraestrutura para passageiros. No Fórum, Wagner também fez uma referência às eleições de 2014. “Esse debate é importante. Ano que vem é ano eleitoral, então nada melhor do que preparar as baterias dos segmentos da sociedade civil para ir cobrando de quem for apresentar programas e projetos de governo”, adiantou.