Brasília – Os municípios brasileiros registraram aumento no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – criado pela ONU para medir os países a partir de indicadores sociais – nos últimos 20 anos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira 29 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e mostram que houve um salto de 47,8%, o que representa avanço consistente e melhoria acentuada em três setores: educação, longevidade e renda.
No geral, o país saltou de um IDHM de 0,493 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto desenvolvimento humano).
Mas a situação ainda apresenta pontos bem críticos e grande desigualdade. A tradução desses percentuais é que, enquanto em 1991 o Brasil tinha mais de 85% dos seus municípios com IDHs considerados muito baixos, em 2010, 81% do total dos municípios do país possuem esses índices tão pequenos. Tal melhora, segundo informações de pesquisadores, é resultado da implementação de políticas públicas e programas de educação e distribuição de renda pelos governos, nos últimos anos, nos municípios com maior vulnerabilidade. Mas isso não foi suficiente.
O IDHM de Longevidade, o indicador que mais contribui em termos absolutos para o nível atual do IDHM, mostrou um aumento, de 1991 até 2010, de 9,2 anos na expectativa de vida da população ao nascer. Já o indicador referente à Educação apresenta características interessantes: mostra que foi, este, o índice a apresentar maior crescimento absoluto nos últimos 20 anos, de 0,363, e maior elevação em termos relativos (de 129%) – saiu de 0,278 em 1991 para 0,637, em 2010 – mas esse ainda é considerado um índice muito pequeno.
Em relação ao IDHM Renda, o crescimento observado no mesmo período foi de 14,2%, – o equivalente a R$ 346 de aumento da renda per capta mensal com números ajustados para valores de agosto de 2010. Mesmo assim, somente 11,1% dos municípios avaliados possuem um IDHM Renda superior ao IDHM Renda médio do Brasil. A desigualdade neste quesito também é bem grande: o município com maior renda per capita, de R$ 2.043,74, é São Caetano do Sul (SP). O de menor é Marajá do Sena (MA), de R$ 96,25.
Na avaliação dos técnicos, embora o novo mapeamento apresente crescimentos de um modo global, por outro lado o aumento destes indicadores pode ter sido considerado significativo nos municípios que apresentavam índices muito ruins na década de 1990. Além disso, os dados vão permitir a realização de novas políticas públicas e um acompanhamento mais consistente dos municípios nos próximos anos.
A divulgação dos últimos índices do IDHM foi realizada durante esta manhã na sede do PNUD em Brasília, em entrevista coletiva que contou com a participação de técnicos e coordenadores do trabalho.
Rede Brasil Atual
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