O escritório local da Empresa Baiana de Água e Saneamento (EMBASA) avisou, ontem, dia 14, através de “carro de som”, o início do racionamento de água na cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, alertando que o fornecimento passa a ser feito em dias alternados, por tempo indeterminado. O motivo seria a falta d’água, acrescentando que a ação só será suspensa “quando chover”.
A medida surpreende por não ter havido qualquer alerta anterior e pelo fato da cidade ser abastecida pelo Rio Brumado, cuja vazão é controlada pela Barragem Luiz Vieira (foto), que supre projeto de irrigação do DNOCS existente no município. O critério de uso da água dessa barragem inclui a manutenção de uma “reserva ecológica”, que tem entre as finalidades garantir água para o consumo humano.
O manancial, porém, está abaixo do nível crítico, devido à liberação irregular de água, para irrigar lavouras plantadas acima da capacidade hídrica disponível. Se a EMBASA necessitou racionar o fornecimento é porque a chamada “reserva ecológica” não foi respeitada, o que sempre costuma ocorrer em períodos de longa estiagem, pela violação das regras de gestão do produto.
Além disso, o sistema de abastecimento está obsoleto e foi detectada uma defasagem de 30%, desde 2005, pela Agência Nacional da Água, que sugeriu um projeto de atualização, com folga até 2025, orçado à época em R$722.355,00. O projeto previa ampliação da captação e da estação de tratamento, bem como a duplicação da adutora, mas os gestores municipais não deram a devida atenção.
Do Mandacaru da Serra
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