quarta-feira, 7 de julho de 2010

APL de Derivados da Cana busca valorização de produtos

Da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia

Nos últimos dois séculos, o setor açucareiro passou por um processo de transformação, com reflexões da sua conjuntura e da atual situação dos produtos gerados da cana-de-açúcar. Isso resultou na valorização da cachaça e do aumento do valor nutricional da rapadura, por exemplo. Hoje, a produção de derivados é novamente reconhecida como um importante meio para a geração de renda e empregos diretos e indiretos. A Bahia é o segundo maior produtor de cachaça artesanal e de alambique do Brasil.

O Arranjo Produtivo Local (APL) de Derivados da Cana de Açúcar da Bahia surgiu em 2007 para ajudar no processo de transformação e organização do setor de produção de derivados da cana, rapadura e cachaça. O Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial (Progredir), que busca integrar e fortalecer a atividade empresarial em micro, pequenas e médias empresas de diversos segmentos produtivos, organizadas em APLs, também contribui para o desenvolvimento.

Existem 120 municípios produtores de cana de açúcar na Bahia. O Estado tem treze pólos produtivos que reunidos somam cerca de 7.000 estabelecimentos, porém apenas 1% está formalizado como micro empresas, associações ou cooperativas. A Produção de Cachaça e outros derivados está presente em 14 pontos baianos. Os municípios que mais de destacam são: Abaíra, Rio de Contas, Piripá, Cordeiros, Caetité, Livramento de Nossa Senhora e Ilhéus.

HISTÓRIA
O APL de Derivados da Cana de Açúcar, localizado no centro-sul e sul da Bahia, é fruto um dos setores mais importantes para a história do Brasil colonial. A atividade açucareira até o século XIX era o segundo ciclo econômico do País. A decadência da cultura da cana de açúcar acarretou, entre outros problemas, o atraso tecnológico, a decadente produção artesanal da cachaça, melado e rapadura e a informalidade.

A cachaça nasceu no recôncavo baiano há 450 anos e tornou-se importante fonte de renda para muitos municípios baianos. Durante as duas últimas décadas várias ações foram desenvolvidas para fortalecer o setor e surgiram com isso associações, programas, legislações, eventos, trabalhos, certificações, entre outros.

O APL reuniu inicialmente os produtores de cachaça. Depois da sua implantação houve um aumento na exportação da cachaça e valorização do produto no exterior. Em 2008 a “Cachaça de Abaíra” começou a ser exportada para a Europa.

APLs
Os Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outras instituições locais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

PROGREDIR
O Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial (Progredir) tem como objetivo estimular a capacidade de inovação tecnológica e desenvolvimento do potencial de cooperação e competitividade de micro, pequenas e médias empresas, cooperativas e associações que fazem parte de onze Arranjos Produtivos Locais (APL) na Bahia. O Instituto Euvaldo Lodi (IEL/BA) atua como parceiro executor de algumas etapas do programa, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) financia e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti) coordena. Os APLs contemplados pelo Progredir são: Automotivo, Moda, Derivados da cana-de-açúcar, Fruticultura, Caprinos e Ovinos, Piscicultura, Rochas ornamentais, Sisal, Tecnologia da informação, Transformação de plásticos, Turismo na Costa do Cacau.


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