Ligações pragmáticas entre o PMDB e o PT para que a hegemonia na Bahia do grupo liderado pelo ex-senador da República Antônio Carlos Magalhães (do então Partido da Frente Liberal, atual Democratas), em 2006, repetida pontualmente nas eleições municipais de 2008, consumado o rompimento da aliança, geram, além de constrangimentos para algumas lideranças e militantes, desconforto às direções partidárias, facilitando as traições.
PMDB e PT repetiram a aliança formada em 2006 para eleição do governador Jaques Wagner em 90 dos 417 municípios baianos nas eleições de 2008, conquistando 47 Prefeituras - em 31 das 115 Prefeituras conquistadas, o PMDB teve o PT como aliado, enquanto o PT conquistou, com apoio do PMDB, 16 das 67 Prefeituras que governa.
O pragmatismo das alianças celebradas pelo PMDB e o PT em torno das eleições municipais de 2008 e os desdobramentos do rompimento patrocinado pela cúpula das legendas por conta da sucessão estadual de 2010 abrem o espectro, em diversos municípios, das traições políticas, algumas explicitas. Em Rio de Contas - onde PMDB e PT se enfrentaram na disputa pela Prefeitura na eleição de 2008 - por exemplo, o prefeito Márcio de Oliveira Farias, do PMDB (foto), confessou publicamente, durante o ato público que marcou a inauguração do sistema de esgotamento sanitário da cidade, no último dia 22 de janeiro, sua adesão ao PT e ao projeto de reeleição do governador Jaques Wagner. “(...) meu coração é vermelho e estou com o senhor”, afirmou, textualmente, o prefeito dirigindo-se a Jaques Wagner, numa referência às cores do PT e à condição de candidato a um novo mandato à frente do Executivo Estadual do governador.
A declaração do gestor foi recebida com indisfarçável irritação pela cúpula do PMDB baiano e classificada como traição ao partido e à candidatura do ministro de Estado da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, à sucessão estadual.
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