O belo “véu de noiva” tem queda total de 300m e está ameaçada de contaminação.
A população da região está indignada com a possibilidade dos dejetos sanitários da cidade de Rio de Contas serem despejados na bela Cachoeira de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, considerada um dos santuários ecológicos da Chapada Diamantina. Os detritos serão conduzidos através de uma adutora de aproximadamente 2.500 metros, ligada diretamente a uma estação de tratamento, que se encontra em construção, naquele município.
A denúncia, feita em primeira-mão pelo “O Mandacaru”, em 11.02.2009, cujo repórter esteve no local e confirmou a existência das obras, repercutiu fortemente na Câmara de Vereadores de Livramento. Citando a reportagem aqui publicada, o vereador Paulo Roberto Lessa Pereira, já na sessão de abertura dos trabalhos legislativos, em 16.02.2009, conclamou a Casa a reagir contra tamanho absurdo.O parlamentar, que foi seguido pelos seus pares, também na sessão seguinte, 20.02.2009, alertou para os graves perigos de contaminação da população, advertindo que os riscos são extensivos à comunidade do vizinho município de Dom Basílio. Ele, inclusive, sugeriu a criação de uma comissão da Casa para investigar o assunto, sendo lembrado que o turismo da região, que tem na cachoeira seu cartão postal, será igualmente afetado.
O vereador Lafaiete Nunes Dourado apoiou o colega Paulo Lessa e solicitou do presidente da Casa, Ilídio de Castro, que convidasse, com urgência, representantes da Embasa, do IBAMA, além do prefeito e outras autoridades municipais para discutir o assunto. Na sequência, também se manifestou o vereador Aparecido Lima da Silva, sugerindo a mobilização do município de Dom Basílio, que fica a vazante da cachoeira.O vereador José Araújo Santos foi ainda mais abrangente e sugeriu que as autoridades estaduais e federais também fossem notificadas, que fosse dada ampla divulgação nos meios de comunicação, diante do perigo que a contaminação da água representa para a população. Disse que a gravidade do caso exige ações imediatas, “para que não fique aqui só nas palavras”.
O vereador Lafaiete Nunes Dourado apoiou o colega Paulo Lessa e solicitou do presidente da Casa, Ilídio de Castro, que convidasse, com urgência, representantes da Embasa, do IBAMA, além do prefeito e outras autoridades municipais para discutir o assunto. Na sequência, também se manifestou o vereador Aparecido Lima da Silva, sugerindo a mobilização do município de Dom Basílio, que fica a vazante da cachoeira.O vereador José Araújo Santos foi ainda mais abrangente e sugeriu que as autoridades estaduais e federais também fossem notificadas, que fosse dada ampla divulgação nos meios de comunicação, diante do perigo que a contaminação da água representa para a população. Disse que a gravidade do caso exige ações imediatas, “para que não fique aqui só nas palavras”.
O presidente da Câmara, Ilídio de Castro, encampou as sugestões.Na nossa página de e-mails recebidos, há mensagem de várias pessoas manifestando indignação contra esse abuso da Embasa e das autoridades de Rio de Contas. Recebemos informações dando conta de que o tal projeto, cuja conclusão está prevista para o próximo mês de maio, seria de responsabilidade da Prefeitura de Rio de Contas, que apenas se cogita da sua transferência para Embasa.Mas em entrevista ao “O Mandacaru”, a engenheira responsável pela obra, Milena Silva de Abreu, da Construtora Franco Araújo, não disse isso, tendo ficando claro que sua cliente era sim a Embasa. No escritório da empresa estatal, em Rio de Contas, confirmamos que havia um engenheiro da Embasa fiscalizando o projeto, diretamente no canteiro de obras, onde, porém, não foi encontrado, no dia da entrevista.
MUITOS QUESTIONAMENTOS.
Dada a continuidade de sua pertinência, reproduzimos a seguir os questionamentos feitos na matéria anterior, aos quais acrescentamos mais um:
- A obra em execução é de responsabilidade da Empresa Baiana de Água e Saneamento – EMBASA ou da Prefeitura de Rio de Contas?
- Houve estudo de impacto ambiental, principalmente quanto aos riscos de afetação da água do Rio Brumado, onde o esgoto será lançado após o tratamento?
- Haveria outra opção de local para o despejo, que não as águas desse rio?
- Houve alguma forma de consulta pública ou às autoridades das comunidades diretamente afetadas?
- Qual o grau de confiabilidade na eficácia do tratamento, capaz de deixar o líquido apto a ser lançado na água da qual se serve a população?
- Se há essa confiabilidade porque, então, o produto necessita ser conduzido por 2.500 metros, em tubo de ferro fundido, distanciando-o da cidade de Rio de Contas e da Cachoeira do Fraga, quando poderia ser despejado a menos de 200 metros, com custos bem menores?
- O monitoramente será feito pela Embasa (Empresa Baiana de Água e Saneamento), estatal de notórias deficiências operacionais, principalmente no alto sertão. Que compromisso ela assume no sentido de dar segurança à população?
- As autoridades municipais de Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio estão atentas e se manifestaram de algum modo sobre a questão, na defesa da população?
PROJETO COM MAIS ÁGUA Em pleno fervor da indignação causada pela obra que vai jogar restos sanitários da cidade de Rio de Contas na Cachoeira de Livramento de Nossa Senhora, a Embasa enviou prepostos a este último, para lançar um projeto denominado “Com Mais Água”, o que ocorreu no auditório da Câmara de Vereadores, em 17.02.2009, a que se fizeram presentes diversas lideranças e outras pessoas da comunidade.
Segundo divulgado no encontro, o programa visa combater perdas de água e orientar os consumidores para o uso eficiente da energia elétrica para mover os sistemas de abastecimento. Aproveitamos para sugerir que seja incluído no projeto, também, a investigação da qualidade da água consumida pela população. Se as estações de tratamento funcionam adequadamente e, principalmente, que seja dada prioridade ao grave problema agora surgido com as obras de saneamento em Rio de Contas.
Fonte: O Mandacaru
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