Da Agecom
Elaborar as políticas públicas que atendam às especificidades educacionais das comunidades quilombolas da Bahia e reiterar a importância de se discutir a realidade desses povos. Com este objetivo, mais de 400 professores, estudantes e lideranças quilombolas de quase todos os Territórios de Identidade da Bahia, participam, desde a terça-feira (6) até esta sexta-feira (9), no município de Seabra (a 456 quilômetros de Salvador), Território da Chapada Diamantina, do II Fórum Baiano de Educação Quilombola.
As discussões darão origem às Diretrizes Estaduais da Educação Quilombola para a Bahia, que, segundo a representante da comunidade de Águas Claras (Salvador), remanescente do Quilombo do Urubu, Aidê Carvalho, o Estado já vem construindo. “O movimento do Estado, para criar uma política de reparação junto com as comunidades, já vem sendo percebido pelo grupo e é tido como um avanço em favor da educação e do cumprimento da lei nº 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira”, informa.
Para Nádia Cardoso, a coordenadora para as Relações Étnico-raciais e Diversidade da Secretaria da Educação, o Estado avança na construção das políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas. “Nós precisamos promover uma educação que inclua, com dignidade, as crianças quilombolas”.
Representando as comunidades quilombolas do estado, Maria Rosa da Silva destacou o “aprendizado” como a melhor ferramenta para a auto-estima das pessoas que vivem em quilombos e desarmar a discriminação ainda sofrida por elas nas escolas e nas sociedades.
“Aqui, a gente tem um complemento, a oportunidade de estar aprendendo. Cada vez que eu participo de um evento como esse, eu ganho forças para voltar à minha comunidade e dizer para eles que nós somos negros de verdade e que nós somos bonitos sim”, disse Maria Rosa.
Diversas cidades que integram o Território de Identidade da Chapada Diamantina, inclusive Seabra, são originadas de quilombos. Rio de Contas é uma delas. Lá, a professora Sandra Aparecida Augusto Santos ensina crianças de 4 a 6 anos em uma escola da comunidade quilombola de Barra do Brumado. “Participo do Fórum para falar sobre a nossa educação e para saber melhor sobre como passar os assuntos. Agora, nós estamos recebendo novos livros didáticos, que estão mais de acordo com a nossa realidade, quando os alunos se vêem nos livros, o resultado é bem mais positivo”, disse Sandra.
Ações no Estado
Desde o I Fórum Baiano, em 2009, cerca de 500 professores e lideranças quilombolas já passaram por cursos de formação continuada, que continuam oferecidos pela Bahia, por meio de universidades e da própria Secretaria da Educação. A construção e reforma de escolas nas comunidades também estão previstas.
Segundo Nildon Pitombo, superintendente de Educação Básica da Secretaria da Educação, as políticas de reparação não deverão ser feitas de forma isolada. O apoio das universidades também é essencial no processo de formação de educadores.
“O regime de colaboração é uma ferramenta capaz de provocar uma mudança significativa na realidade das comunidades quilombolas da Bahia. Precisamos valorizar a matriz africana na sociedade brasileira”, disse o superintendente. No país, existem mais de 1.340 comunidades, certificadas até setembro de 2009 pela Fundação Palmares. Destas, 297 estão na Bahia, mas estima-se que existam mais de 500 remanescentes de quilombos no estado.
No primeiro dia do Fórum, os participantes ouviram palestra do professor Carlos Eduardo Santana sobre a formação dos quilombos no Brasil e sobre a cultura africana. Além da exposição de Carlos Eduardo, documentários que retratam a vida nas comunidades quilombolas também foram exibidos.
O segundo dia do evento aconteceu no Centro Educacional de Seabra e foi dedicado ao encontro dos grupos de trabalho, que discutiram propostas de políticas educacionais relativas à alfabetização de jovens e adultos, à educação básica, à educação profissional, ao ensino superior e à educação do campo. A programação do II Fórum Baiano de Educação Quilombola também inclui conferências, plenárias, comunicação de trabalhos de pesquisa e apresentações culturais, além da exposição das propostas originadas dos grupos de trabalho.
Elaborar as políticas públicas que atendam às especificidades educacionais das comunidades quilombolas da Bahia e reiterar a importância de se discutir a realidade desses povos. Com este objetivo, mais de 400 professores, estudantes e lideranças quilombolas de quase todos os Territórios de Identidade da Bahia, participam, desde a terça-feira (6) até esta sexta-feira (9), no município de Seabra (a 456 quilômetros de Salvador), Território da Chapada Diamantina, do II Fórum Baiano de Educação Quilombola.
As discussões darão origem às Diretrizes Estaduais da Educação Quilombola para a Bahia, que, segundo a representante da comunidade de Águas Claras (Salvador), remanescente do Quilombo do Urubu, Aidê Carvalho, o Estado já vem construindo. “O movimento do Estado, para criar uma política de reparação junto com as comunidades, já vem sendo percebido pelo grupo e é tido como um avanço em favor da educação e do cumprimento da lei nº 10.639, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira”, informa.
Para Nádia Cardoso, a coordenadora para as Relações Étnico-raciais e Diversidade da Secretaria da Educação, o Estado avança na construção das políticas públicas direcionadas às comunidades quilombolas. “Nós precisamos promover uma educação que inclua, com dignidade, as crianças quilombolas”.
Representando as comunidades quilombolas do estado, Maria Rosa da Silva destacou o “aprendizado” como a melhor ferramenta para a auto-estima das pessoas que vivem em quilombos e desarmar a discriminação ainda sofrida por elas nas escolas e nas sociedades.
“Aqui, a gente tem um complemento, a oportunidade de estar aprendendo. Cada vez que eu participo de um evento como esse, eu ganho forças para voltar à minha comunidade e dizer para eles que nós somos negros de verdade e que nós somos bonitos sim”, disse Maria Rosa.
Diversas cidades que integram o Território de Identidade da Chapada Diamantina, inclusive Seabra, são originadas de quilombos. Rio de Contas é uma delas. Lá, a professora Sandra Aparecida Augusto Santos ensina crianças de 4 a 6 anos em uma escola da comunidade quilombola de Barra do Brumado. “Participo do Fórum para falar sobre a nossa educação e para saber melhor sobre como passar os assuntos. Agora, nós estamos recebendo novos livros didáticos, que estão mais de acordo com a nossa realidade, quando os alunos se vêem nos livros, o resultado é bem mais positivo”, disse Sandra.
Ações no Estado
Desde o I Fórum Baiano, em 2009, cerca de 500 professores e lideranças quilombolas já passaram por cursos de formação continuada, que continuam oferecidos pela Bahia, por meio de universidades e da própria Secretaria da Educação. A construção e reforma de escolas nas comunidades também estão previstas.
Segundo Nildon Pitombo, superintendente de Educação Básica da Secretaria da Educação, as políticas de reparação não deverão ser feitas de forma isolada. O apoio das universidades também é essencial no processo de formação de educadores.
“O regime de colaboração é uma ferramenta capaz de provocar uma mudança significativa na realidade das comunidades quilombolas da Bahia. Precisamos valorizar a matriz africana na sociedade brasileira”, disse o superintendente. No país, existem mais de 1.340 comunidades, certificadas até setembro de 2009 pela Fundação Palmares. Destas, 297 estão na Bahia, mas estima-se que existam mais de 500 remanescentes de quilombos no estado.
No primeiro dia do Fórum, os participantes ouviram palestra do professor Carlos Eduardo Santana sobre a formação dos quilombos no Brasil e sobre a cultura africana. Além da exposição de Carlos Eduardo, documentários que retratam a vida nas comunidades quilombolas também foram exibidos.
O segundo dia do evento aconteceu no Centro Educacional de Seabra e foi dedicado ao encontro dos grupos de trabalho, que discutiram propostas de políticas educacionais relativas à alfabetização de jovens e adultos, à educação básica, à educação profissional, ao ensino superior e à educação do campo. A programação do II Fórum Baiano de Educação Quilombola também inclui conferências, plenárias, comunicação de trabalhos de pesquisa e apresentações culturais, além da exposição das propostas originadas dos grupos de trabalho.
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